segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ambiente , educador e material , uma trilogia montessoriana.

I – O ambiente : O instinto e o desejo fundamentais da criança são aqueles que a levarão a uma adaptação ao mundo das coisas e das pessoas, medindo e comparando o que sua personalidade permite, a cada circunstância. O ambiente social, escreveu Maria Montessori, é aquele no qual a individualidade se apresenta com diferentes exigências e níveis diversos .Por este mesmo fato a escola é um ambiente que deve acolher a criança de idades heterogêneas; adaptado ao trabalho individual e de pequenos grupos. O seu parâmetro de medida é semelhante ao da casa, com espaços articulados, irregulares e ricos de ângulos e cantinhos tranqüilos, onde se pode trabalhar, pensar, imaginar; com o próprio tempo que cada um precisa, o seu ritmo interior. É também o ambiente preparado no sentido de medida, com objetos e mobiliário proporcionais à idade e ao corpo da criança; revelador da exatidão da ordem; qualidade que sugere uma disciplinada atividade autônoma. Ambiente acolhedor e calmo, seguro; no qual é visível um positivo senso de competências. Um ambiente em que a criança possa mover-se livremente , sem necessitar do controle do adulto ao qual a administração e os cuidados são delegados com a finalidade de mantê-lo como lugar aberto a escolha e ao trabalho das crianças. Móveis, mesas e cadeiras devem ser escolhidas de modo que a criança possa transportá-los.Isto favorece uma parte do trabalho da vida prática, para a criança chamada a empregar algum esforço físico para posicioná-los no ambiente ou transportá-los. Pelo mesmo critério educativo, as crianças de uma escola Montessori usam pratos de louça, copos de vidro ,que parecem tão frágeis. As crianças são assim “convidadas “a desenvolverem movimentos coordenados, precisos para poderem manusear tais objetos sem quebrá-los. Em todos estes caso o exercício de auto controle se faz presente e oferece a possibilidade da auto correção, da prudência, do respeito, fazendo-se, a criança, mestre do seu próprio movimento e agente do seu próprio processo educativo. “Assim a criança avança na sua própria perfeição, assim ela vai poder coordenar perfeitamente os seus movimentos voluntários”. ( Maria Montessori, L’ Autoeducazione nelle scuole elementari) A atmosfera escolar torna-se o ambiente da vida no qual as crianças aprendem a desenvolver o prazer por manter a ordem , a limpeza, a beleza. Estes exercícios exatamente definidos na vida prática, tem uma função importante e significativa, estão na "casa das crianças" (Educação Infantil) onde favorecem o desenvolvimento psico-físico e a coordenação dos movimentos, ele é na escola elementar (Ensino Fundamental) realizado com maior autonomia e envolvido nas questões da responsabilidade de cada um para com os cuidados com o seu espaço, relacionando-se com a ecologia ambiental, maior dimensão da autonomia responsável, conseqüentemente da socialização e da cidadania. enfoque escolhido pela Metodologia Montessori delega ao adulto ensinar a criança a agir com responsabilidade no uso dos objetos e apetrechos do ambiente. É dessa maneira que a criança vai desenvolvendo a responsabilidade e “dando-se conta dos riscos” pois está conectada com o uso apropriado dos objetos que fazem parte do seu mundo real. O adulto, que prepara o ambiente deve observar o desenvolvimento da criança para poder introduzir “os riscos” para o qual ela já está preparada. Na educação infantil o ambiente será: • Proporcional às capacidades motoras, operativas e mentais das crianças para ser ativamente utilizado e dominado. • Ordenado e organizado com a finalidade de proporcionar, através dos pontos de referencia classificados, que a criança possa formar uma própria visão da realidade, que tenha o caráter de trazer a criança à calma para que encontre o equilíbrio emocional . • Cuidado e bem articulado nas particularidades para estimular a criança a descoberta do erro e a auto-correção . • Atraente e belo afim de que seja suscitado o natural amor estético da criança sobre tudo o que revela qualidades de gentileza, de ordem, de grandeza, de cuidado e atenção. • Calmo e harmonioso para favorecer a livre expansão dos interesses e das experiências e uma positiva dimensão psico - afetiva necessária, para construir a confiança em si próprio e nos outros. Como se nota, o ambiente típico de uma escola Montessori, em qualquer segmento deve se distinguir pela presença dos instrumentos de trabalho psico-motor e intelectivo das crianças, instrumentos conhecidos como “materiais de desenvolvimento e de formação interior”. Sabemos que a criança, como todos os seres vivos, é guiada por um “misterioso” impulso vital para adaptar-se ao ambiente, absorvendo suas características. Sendo um ambiente confuso, instável, incompleto, inútil e desnecessário, privado de interesse e de atrativos e não diretamente utilizado por uma pessoal experimentação, a criança assimilará suas características negativas, sem poder exercitar-se de modo claro e preciso, comprometendo os próprios poderes psíquicos e mentais e, conseqüentemente, a formação e a construção do seu caráter. No Ensino Fundamental o ambiente será articulado de forma mais racional tendo em vista a busca mais ativa do conhecimento da cultura, que é característica desta idade. Deverá favorecer • • A experimentação e o trabalho de grupo; • A leitura e a consulta de textos, com uma biblioteca essencial na escola; • A coleção, o estudo e o valorização dos elementos fornecidos pela natureza (Observação, coleta e pesquisa de reálias com posterior organização de insetários, “pequenos museus de historia natural “ minerais etc ) • Uma • abertura maior para as questões do mundo , a vida alem dos portões da escola (a escola entra no mundo e o mundo entra na escola); • as atividades manuais amarradas ao "trabalho da humanidade, mas conectadas sempre ao desenvolvimento da mente: Maria Montessori escreveu "o trabalho das mãos deve sempre acompanhar o trabalho da mente para desenvolver uma unidade no trabalho da personalidade". Por apresentar os cuidados com a formação do caráter, com a construção de uma personalidade ativa e disciplinada, o ambiente educativo montessoriano é definido como um guia de vida e de cultura, como um ambiente educador . II - O trabalho organizado, a função do material e a mente da criança O trabalho organizado é a dimensão pratica na qual vivemos e realizamos os pressupostos científicos que sustentam a razão e a necessidade do Método Montessori. O primeiro considera que a criança, por sua natureza, comanda através de um impulso interior , delicado e profundo o seu próprio desenvolvimento psíquico . É a natureza que lhe sugere que coisa deve fazer, quando fazer e como fazer, é a natureza que guia a criação dos próprios órgãos psíquicos como os que possibilitam o movimento e a linguagem , por exemplo . Disposições transitórias surgem, favorecendo determinadas aquisições; elas presidem a preparação e formação de forças e poderes que não podem ser positivamente conquistados quando o correspondente período sensível cessa de agir de modo intenso e dominante. Portanto o desenvolvimento psíquico não acontece ao acaso, nem origina-se certamente de estímulos externos: a criança deve ser exposta ao ambiente no qual se desenvolverá, o ambiente é necessário para que a criança possa agir e encarnar a si própria, sua própria criação psíquica e mental , resultado de uma vontade interna e de um misterioso segredo vital. “Nesta interação sensível entre a criança e o ambiente está a chave que pode abrir “o invólucro” no qual o embrião espiritual cumpre o milagre do crescimento“. O segundo pressuposto afirma que a criança tem uma forma mental própria e diferente do adulto: é a mente, inconsciente e absorvente, criadora da natureza do homem e da sua cultura, movimento, linguagem, pensamento, amor. Mas a criança não cria e absorve ao acaso e sim através de uma guia severa e ordenada. Ela segue leis constates que criam normalmente os fatos do desenvolvimento, respeitando os tempos de manifestação e de explosão. Somente pelo fato de viver a criança aprende, ou melhor, absorve e faz “seu mundo “do ambiente em que vive, oferecendo a sua atenção e transformando em cultura da civilização o que absorve e assegurando assim a continuidade histórica da Humanidade. A escola, a partir destes fatos e fenômenos naturais, dedicada a cultivar o potencial da humanidade ajuda à sua expansão e formação. A cultura da criança é assim o resultado de seu livre trabalho, no curso de experiências pessoais, onde ela absorve os elementos constitutivos que se fixam no seu espírito, forma o seu caráter preparando-se para dar novos frutos. A escola por si própria e as aulas não são espaços de confinamento limitados, mas lugar de historias e experiências, pois que a criança, circulando livremente, descobre possibilidades de trabalho e de construção do conhecimento. A criança, instintivamente, se coloca onde há oportunidade de trabalho, de experiência, de observação, de estudo. A Escola Montessori rejeita a “concepção segmentária “do tempo e do espaço uma vez que qualquer tempo e qualquer espaço são educativos. A criança deseja conhecer e saber, perguntando e pesquisando,pensando e imaginando, procurando descobrir os fenômenos e os fatos, que devem ser explicados, justificados, vivenciados. No ambiente cada coisa é pensada para proporcionar uma visão ampla da realidade. Maria Montessori escreveu que a arte de instigar as crianças para novas descobertas está na forma como a professora conduz o seu discurso. Suas respostas devem satisfazer a criança e ao mesmo tempo instigá-la, com o seu entusiasmo, para novas pesquisas e novas atividades, A professora deve ser a nobreza que desperta na criança mais desejo para aprender , ampliando ela própria o seu conhecimento sobre a sua própria vida psíquica, penetrando com sua pesquisa nos campos inexplorados e alargando mais e mais os horizontes ; buscando novos conhecimentos nos quais se fortalece e cresce como pessoa . Diz ainda Montessori: “a escola deve ser vivificada por um novo espírito, deve ser animada por professores sábios, muito mais sábios do que qualquer outro individuo, que conhece e respeita as leis da educação”. A professora montessoriana não julga os resultados conseguidos pela criança, mas está atenta às causas que impedem ou retardam o seu processo de desenvolvimento; observa-as para entender e modificar as circunstancias Oferece as melhores possibilidades, corrigindo desvios que possam comprometer o desenvolvimento, como o cientista, que prepara o “campo“ para os melhores resultados da sua experiência. Por este motivo ela não é o centro das atividades desenvolvidas e está sempre vizinha de quem precisa de ajuda, junto a criança que solicita seu apoio ou sua presença, fala docemente e brevemente,ajuda sem interromper e corrigir , ajuda sem atrapalhar o trabalho da criança, sem dispersar sua concentração ou das outras crianças. E quando não é necessária sua ajuda, senta-se a um canto quietamente e observa o trabalho de suas crianças. O material Montessori é o capitulo central do método e a professora é responsável por apresentá-lo a criança demonstrando o seu uso, é ela a figura de contato e mediação do material . Ao apresentá-lo a criança instiga o exercício, assim a criança usa o nos exercícios desenvolvendo a inteligência, construindo conceitos e retirando informações .Penetrando no material estruturado as crianças se dão conta de como operam , pensam, constroem hipóteses, descobrem soluções de como classificam, resolvem problemas e modificam a própria representação mental. Neste sentido o material Montessori tem uma valor metacognitivo pois que se assenta em outro material e técnicas de aprendizagem .O material permite à criança agregar novas informações àquelas já conquistadas, escolhendo a estratégia e outras alternativas para apropriar-se de uma noção, de uma operação matemática, de um texto poético . Oferecendo um trabalho intimamente pessoal e proporcionando a experiência da conquista da própria autonomia. Necessariamente aberta ao estudo e a criatividade a professora Montessori que experimenta a e adota novos meios , criando novos materiais, em consonância com os princípios do Método Montessori, faz de seu ambiente um espaço dinâmico e apropriado à escola Montessori de nosso tempo. III - A professora Montessori: Como é evidente a professora Montessori assume o papel de facilitadora, de organizadora e observadora da vida psíquica e cultural da criança . Daquela que está sempre disponível para dar à criança a ajuda que ela precisa. Cabe-lhe os cuidados com o ambiente, preparando—o para as suas crianças e provendo-o de materiais necessários . A preparação dos materiais refere-se `a estruturação do espaço e do trabalho criativo, para a construção dos instrumentos da cultura necessários às atividades auto - educativas das crianças , tempo e momento dificilmente quantificados mas que dão a medida do que diferencia a professora montessoriana das demais ( pois certamente estas estariam envolvidas com infindáveis correções !!! ) O caráter da professora montessoriana: Se o espontâneo processo de auto-educação da criança deve ser ajudado e respeitado, a ação da professora perde o caráter de centralização , seja como sujeito da docência, seja como sujeito do controle Ela não impõe, nem dispõe,nem impede, mas propõe, estimula,orienta .E, sobretudo ela própria exercita. • A capacidade de observação das crianças e das interações destas com o ambiente. • A analise e utilização dos materiais de desenvolvimento, os quais estão sempre abertos a novas e surpreendentes descobertas .; • O respeito ao tempo e ao ritmo de aprendizagem sempre relacionado às diferenças e variáveis individuais . necessária sua ajuda, senta-se a um canto quietamente e observa o trabalho de suas crianças. O material Montessori é o capitulo central do método e a professora é responsável por apresentá-lo a criança demonstrando o seu uso, é ela a figura de contato e mediação do material . Ao apresentá-lo a criança instiga o exercício, assim a criança usa o nos exercícios desenvolvendo a inteligência, construindo conceitos e retirando informações .Penetrando no material estruturado as crianças se dão conta de como operam , pensam, constroem hipóteses, descobrem soluções de como classificam, resolvem problemas e modificam a própria representação mental. Neste sentido o material Montessori tem uma valor metacognitivo pois que se assenta em outro material e técnicas de aprendizagem .O material permite à criança agregar novas informações àquelas já conquistadas, escolhendo a estratégia e outras alternativas para apropriar-se de uma noção, de uma operação matemática, de um texto poético . Oferecendo um trabalho intimamente pessoal e proporcionando a experiência da conquista da própria autonomia. Necessariamente aberta ao estudo e a criatividade a professora Montessori que experimenta a e adota novos meios , criando novos materiais, em consonância com os princípios do Método Montessori, faz de seu ambiente um espaço dinâmico e apropriado à escola Montessori de nosso tempo. III - A professora Montessori: Como é evidente a professora Montessori assume o papel de facilitadora, de organizadora e observadora da vida psíquica e cultural da criança . Daquela que está sempre disponível para dar à criança a ajuda que ela precisa. Cabe-lhe os cuidados com o ambiente, preparando—o para as suas crianças e provendo-o de materiais necessários . A preparação dos materiais refere-se `a estruturação do espaço e do trabalho criativo, para a construção dos instrumentos da cultura necessários às atividades auto - educativas das crianças , tempo e momento dificilmente quantificados mas que dão a medida do que diferencia a professora montessoriana das demais ( pois certamente estas estariam envolvidas com infindáveis correções !!! ) O caráter da professora montessoriana: Se o espontâneo processo de auto-educação da criança deve ser ajudado e respeitado, a ação da professora perde o caráter de centralização , seja como sujeito da docência, seja como sujeito do controle Ela não impõe, nem dispõe,nem impede, mas propõe, estimula,orienta .E, sobretudo ela própria exercita. • A capacidade de observação das crianças e das interações destas com o ambiente. • A analise e utilização dos materiais de desenvolvimento, os quais estão sempre abertos a novas e surpreendentes descobertas .; • O respeito ao tempo e ao ritmo de aprendizagem sempre relacionado às diferenças e variáveis individuais Traduzido e adaptado por Marcia Righetti, a partir de “Projeto educativo para as crianças de 3 a 11 anos”, Opera Nazionale Montessori, Itália .www.montessori.it